Microbioma em colostro

Por Mayla Baladelli

O poder dos dados biológicos sobre o sistema imune do animal

As primeiras horas após o nascimento de um leitão são essenciais para definir seu sistema imune e, por consequência, a sua saúde. Neste sentido, o aleitamento é um dos protagonistas deste cenário, o leite materno estabiliza a microbiota de leitões, desenvolvendo a imunidade inicial, uma vez que é através do colostro que os animais adquirem anticorpos (IgG, IgM e IgA) e linfócitos essenciais para a proteção contra agentes infecciosos.

Isso ocorre porque nos leitões lactentes, o pH diminui acentuadamente com a produção de ácido láctico, funcionando como um mecanismo seletivo de bactérias resistentes a ambientes ácidos, proporcionando proteção contra o crescimento de bactérias patogênicas.

É nesse momento que a mágica acontece, a colonização bacteriana se inicia no nascimento, quando o neonato entra em contato com os microrganismos da mucosa vaginal da porca, sofrendo naturalmente alterações subsequentes após contato materno e com o ambiente. De acordo com Ducluzeau (1983), após 10-12h do nascimento, o leitão apresenta 108 – 109 unidades formadoras de colônia (UFC) de microrganismos por grama de fezes, estabilizando-se após 24 – 48h de vida.

Como é a funcionalidade do intestino?

A funcionalidade do intestino depende da microbiota intestinal, que é essencial para o metabolismo e absorção de nutrientes e outros compostos consumidos pelos animais. Uma microbiota florescente é caracterizada por diversos gêneros microbianos em um delicado equilíbrio, permitindo um aumento da capacidade metabólica do intestino. A dinâmica populacional da microbiota intestinal pode ser alterada de acordo com a idade, nutrição, estresse, doenças infecciosas bacterianas, probióticos e antimicrobianos, todos os quais podem afetar a saúde e o desempenho dos animais.

Diversos nutrientes têm a capacidade de modular positivamente ou negativamente a funcionalidade intestinal e, em consequência, afetar a saúde e desempenho animal. Entre os nutrientes que atuam como moduladores da microbiota, do sistema imune e da integridade intestinal, destacam-se os compostos chamados nutracêuticos, que incluem prebióticos, probióticos, ácidos orgânicos, simbióticos, enzimas exógenas, ácidos graxos poli-insaturados e fitobióticos.

Qual é o método da Imunova?

Na Imunova a análise da diversidade da microbiota é feita através de sequenciamento de nova geração. Esta metodologia permite gerar uma grande quantidade de dados, permitindo a identificação de gêneros bacterianos que não são cultiváveis por técnicas clássicas de microbiologia.

Essa é uma técnica e tanto, e vem chamando a atenção dos nossos clientes para as mais diversas aplicações, que nos procuram justamente para executar a análise, e por fim auxiliar na interpretação desses resultados frente aos desafios na indústria pecuária.

Chen, J., Bittinger, K., Charlson, E.S., Hoffmann, C., Lewis, J., Wu, G.D., Collman, R.G., Bushman, F.D., Li, H., 2012. Associating microbiome composition with environmental covariates using generalized UniFrac distances. Bioinformatics 28, 2106–2113. https://doi.org/10.1093/bioinformatics/bts342

Ducluzeau, R., 1983. Implantation and development of the gut flora in the newborn animal. Ann. Rech. Vet. 14, 354–359.

Duda-Chodak, A., Tarko, T., Satora, P., Sroka, P., 2015. Interaction of dietary compounds, especially polyphenols, with the intestinal microbiota: a review. Eur. J. Nutr. 54, 325–341. https://doi.org/10.1007/s00394-015-0852-y

Ellison, S., Knapp, R.A., Sparagon, W., Swei, A., Vredenburg, V.T., 2019. Reduced skin bacterial diversity correlates with increased pathogen infection intensity in an endangered amphibian host. Mol. Ecol. 28, 127–140. https://doi.org/10.1111/mec.14964

Huyghebaert, G., Ducatelle, R., Immerseel, F. Van, 2011. An update on alternatives to antimicrobial growth promoters for broilers. Vet. J. 187, 182–188. https://doi.org/10.1016/j.tvjl.2010.03.003

Joossens, M., Huys, G., Cnockaert, M., De Preter, V., Verbeke, K., Rutgeerts, P., Vandamme, P., Vermeire, S., 2011. Dysbiosis of the faecal microbiota in patients with Crohn’s disease and their unaffected relatives. Gut 60, 631–637. https://doi.org/10.1136/gut.2010.223263

McLoughlin, R.M., Mills, K.H.G., 2011. Influence of gastrointestinal commensal bacteria on the immune responses that mediate allergy and asthma. J. Allergy Clin. Immunol. 127, 1097–1107. https://doi.org/10.1016/j.jaci.2011.02.012

Moya, A., Ferrer, M., 2016. Functional Redundancy-Induced Stability of Gut Microbiota Subjected to Disturbance. Trends Microbiol. 24, 402–413. https://doi.org/10.1016/j.tim.2016.02.002

Nechvatalova, K., Kudlackova, H., Leva, L., Babickova, K., Faldyna, M., 2011. Transfer of humoral and cell-mediated immunity via colostrum in pigs. Vet. Immunol. Immunopathol. 142, 95–100. https://doi.org/10.1016/j.vetimm.2011.03.022

Qiagen, 2021. CLC Microbial Genomics Module [WWW Document].

Ravi, A., Halstead, F.D., Bamford, A., Casey, A., Thomson, N.M., van Schaik, W., Snelson, C., Goulden, R., Foster-Nyarko, E., Savva, G.M., Whitehouse, T., Pallen, M.J., Oppenheim, B.A., 2019. Loss of microbial diversity and pathogen domination of the gut microbiota in critically ill patients. Microb. Genomics 5. https://doi.org/10.1099/mgen.0.000293

Ricotta, C., Podani, J., Uv, E.D., 2017. On some properties of the Bray-Curtis dissimilarity and their ecological meaning. Ecol. Complex. 31, 201–205. https://doi.org/10.1016/j.ecocom.2017.07.003

SANTOS, L. S.; MASCARENHAS, A. G.; OLIVEIRA, H.O., 2016. Fisiologia digestiva e nutrição pós desmame em leitões. Nutr. Time 13, 4570–4584.

Schmidt, B., Mulder, I.E., Musk, C.C., Aminov, R.I., Lewis, M., Stokes, C.R., Bailey, M., Prosser, J.I., Gill, B.P., Pluske, J.R., Kelly, D., 2011. Establishment of normal gut microbiota is compromised under excessive hygiene conditions. PLoS One 6. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0028284

Sugiharto, S., 2016. Role of nutraceuticals in gut health and growth performance of poultry. J. Saudi Soc. Agric. Sci. 15, 99–111. https://doi.org/10.1016/j.jssas.2014.06.001

Wagstrom, E.A., Yoon, K.J., Zimmerman, J.J., 2000. Immune components in porcine mammary secretions. Viral Immunol. 13, 383–397. https://doi.org/10.1089/08828240050144699

Gostaria de mais informações?

Entre em contato com a nossa equipe para conhecer as técnicas mais avançadas de pesquisa animal e análises biológicas.

Veja também

Microbioma em colostro

Por Mayla Baladelli O poder dos dados biológicos sobre o sistema imune do animal As primeiras horas após o nascimento de um leitão são essenciais para

Imunova 10 anos – Tecnologias

Neste artigo vamos relembrar nossa história com o foco no avanço tecnológico. Conheça a estrutura que começamos e como conseguimos avançar. A história da Imunova,